A nossa salvação é um processo que começou antes da fundação do mundo, quando o Pai e o Filho estabeleceram o pacto da redenção. O Filho se colocou no lugar do pecador e incumbiu-se de fazer a expiação do pecado, suportando o castigo necessário, e de satisfazer as exigências da lei em lugar de todo o seu povo.O plano de Deus inclui também uma organização para reunir e congregar o seu povo. No princípio esta organização era a família. Podemos citar como exemplo a família de Jó. O patriarca, além de chefe da família era também o seu “sarcedorte". Ele liderava os filhos na vida religiosa "... levantava-se de madrugada e oferecia holocausto segundo o número de todos eles" (Jó 1.5). Após o êxodo, a nação israelita passou a ser a instituição que reunia e congregava o povo de Deus. Israel era uma teocracia, um estado eclesiástico.Mas na nova aliança, estabelecida por Jesus Cristo, a igreja é a organização que reúne e congrega o povo de Deus. “também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). A “pedra" de que Jesus falou não era Pedro como indivíduo, nem meramente sua confissão, mas, sim, o Pedro confessante. Como representante dos apóstolos... É evidente que, histórica e doutrinariamente, os apóstolos foram o alicerce da igreja organizada no Novo Testamente.
A igreja, organizada pelos apóstolos, se ramificou em vários grupos. Um desses grupos, denominado protestantismo reformado ou presbiterianismo.
A IGREJA PRIMITIVA
Historicamente a igreja cristã nasceu no dia de Pentecoste. A princípio ela era considerada apenas uma seita do judaísmo ( At 24.14; 28.22). Mas, com o passar do tempo, adquiriu identidade própria.
Os cristãos foram violentamente perseguidos pelos judeus e pelos romanos. A perseguição, contudo, ajudava a igreja. Os crentes tornavam-se mais ousados. E os falsos cristãos não suportavam a pressão e saíam. Assim a igreja ia, ao mesmo tempo, se fortalecendo e se purificando.No século IV cessaram as perseguições. No ano 313, Constantino e Licínio, concorrentes ao trono imperial, se encontraram e assinaram o Edito de Milão, concedendo plena liberdade ao cristianismo. Em 323 Constantino finalmente derrotou Licínio, tornando-se único governante do mundo romano. Com seu tino político sentiu a necessidade de unificar o Império. Havia uma só lei, um só imperador e uma única cidadania para todos os homens livres. Era necessário houvesse também uma só religião. E o cristianismo foi feito religião oficial do Império Romano.
A partir de sua oficialização como religião oficial, a igreja cristã passou a receber um grande número de adesões. Muitas pessoas sem a verdadeira conversão entraram para a igreja. A atuação de tais pessoas e a influencia do mundo pagão levaram a igreja a adotar doutrinas e praticas que se chocam brutalmente com os ensinos bíblicos. Eis alguns exemplos: no ano 375 foi instituído o culto aos santos; no ano 431, institui-se o culto a Maria , a partir do concilio de Êfeso, cidade em que pontificava a grande Diana dos Efésios, divindade feminina pagã; em 503 surgiu a doutrina do purgatório; em 783 foi adotada a adoração de imagens e relíquias; em 1090, inventou-se o rosário; em 1229, foi proibida a leitura da Bíblia. Há muitas outras inovações que seria longo mencionar aqui.
Algumas pessoas afirmam que a igreja organizada pelos apóstolos é a Igreja Católica Romana.Quanto á isto devemos esclarecer o seguinte:
a) A igreja dos apóstolos não adota nenhum nome especifico. Ela é chamada no Novo Testamente simplesmente de igreja. Historicamente ela é denominada de Igreja primitiva.
b) O sistema de governo e a organização da Igreja Primitiva, suas doutrinas e sua liturgia, eram bem diferentes do que é praticado pela Igreja Católica Romana.
c) A verdade é que a Igreja Católica Romana surgiu das transformações ocorridas na Igreja Primitiva. Transformações que, lamentavelmente, só afastaram a igreja dos ensinos de Jesus Cristo
As heresias mencionadas, aliadas à corrupção e imoralidade do clero, levaram a igreja a perder suas principais características de igreja cristã. Mas ainda existiam pessoas sinceras, tementes a Deus, que clamavam por uma reforma.
A REFORMA PROTESTANTE
A partir do ano 1300, o mundo ocidental experimentou um sentimento crescente de nacionalismo. Os povos não queriam sujeitar-se a Roma. Aspiravam ver surgir uma igreja nacional. Esse clima favoreceu o surgimento dos Percussores da Reforma. Eram homens cultos, de vida exemplar, que tinham prazer na leitura e na exposição da Bíblia Sagrada. São chamados precursores porque antecederam aos reformados e, principalmente, porque não conseguiram superar o legalismo religioso- não descobriram a graça salvadora. Queriam fazer alguma coisa para alcançar a salvação, quando a Bíblia afirma: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vos, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” ( Ef 2.8,9).
Os principais Precursores da Reforma foram: João Wyclif ( 1328-1384), professor na Universidade de Exford, na Inglaterra: João Huss ( 1373-1415), professor na Universidade de Praga, que foi queimado por causa de sua fé; e Girolano Savonarola ( 1452-1498), monge dominicano, que foi enforcado e queimado por ordem do papa Alexandre VI, em Florença, na Itália.
Além dos movimentos liberados pelos precursores da Reforma, ocorreram outras tentativas de reformar a igreja, mas sem êxito.
No século XVI a situação era bastante propicia a uma reforma da igreja. A Europa estava no limiar de uma nova época política e social. Gutemberg revolucionara o processo de impressão de livro; Colombo descobriria a América... Tudo isso preparava o terreno para a reforma. E Lutero foi o homem que Deus levantou para desencadear o movimento que resultou na Reforma Religiosa do Século XVI.
Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483. Sua família era pobre e ele lutou com muita dificuldade para estudar. Preparava-se para ingressar no curso de Direito, quando resolveu torna-se monge. Entrou para o mosteiro agostiniano de Erfurt, em 1505, antes de completar 22 anos de idade. Dois anos depois foi ordenado sacerdote. No ano seguinte foi para Wittenberg preparar-se para ser professor na recém-criada universidade daquela cidade Foi lá que Lutero decidiu-se ao estudo da escritura. E ao estudar a Epístola aos Romanos, descobriu que “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). Ele já havia feito tudo o que a igreja indicava para alcançar a paz com Deus. Mas sua situação interior só piorava. Ao descobrir a graça redentora, entregou-se a Jesus Cristo, pela fé, e encontrou a paz e a segurança da salvação.
No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero afixou, na porta da capela de Wittenberg, as suas 95 teses. Era o início da Reforma.
Lutero tentou reformar a igreja, mas Roma não quis se reformar. Antes o perseguiu violentamente. Em 1521 ele foi excomungado. Neste mesmo ano teve que se esconder durante 10 meses no castelo de Wartburg, pero de Eisenach, para não ser morto. Depois voltou para Wittenberg, onde comandou a expansão do movimento da reforma.
O PRESBIRETIANISMO
Paralela à reforma de Lutero, surgiu na Suíça um reformador chamando Úlrico Zwínglio. Era mais novo que Lutero apenas 50 dias, mas tinha formação e idéias do reformador alemão. Contudo, não pôde ir muito longe a seu movimento de reforma, pois morreu prematuramente no campo de batalha, no dia 11 de outubro de 1531. Mesmo assim é considerado o “pai do protestantismo reformado” (presbiterianismo).
Mas o homem responsável pela sistematização doutrinária e pela expansão do protestantismo reformado foi João Calvino. Ele nasceu em Noyon, Província de Picardia, na França, no dia 10 de julho de 1509. Seu pai era advogado e se chamava Gerard Calvino. Sua mãe, Jeanne Le Franc Calvino, morreu quando ele tinha apenas 3 anos de idade. Aos 14 anos, Calvino entrou para a Universidade de Paris. Com 20 anos formou-se em Direito na Universidade de Orléans. Não se sabe com precisão o ano em que o jovem Calvino converteu-se a Jesus Cristo. Alguns historiadores julgam que foi em 1533. neste ano um amigo de Calvino, chamado Nicolas Cop, tomou posse como reitor da Universidade de Paris. E o seu discurso de posse falava e reformas, numa linguagem que refletia idéias luteranas. E o comentário geral era que o discurso tinha sido escrito por Calvino. O rei Francisco I resolveu agir contra os “luteranos”. Calvino e Nicolas Cop foram obrigados a fugir de Paris.
Em julho de 1536, Calvino passava por Genebra. A cidade havia se declarado oficialmente protestante no dia 21 de maio daquele mesmo ano. E Guilherme Farel liderava o movimento protestante na cidade. Sabendo da presença de Calvino, Farel foi ao seu encontro e o persuadiu a ficar na cidade para ajudá-lo. E Calvino fez de Genebra uma cidade modelo.
Mas Calvino foi, acima de tudo, um grande teólogo. Escreveu dezenas de livros de livros. Sua principal obra é a Instituição da Religião Cristã, conhecida como Institutas, concluída em 1559. O sistema doutrinário, elaborado por Calvino é essencialmente bíblico, e se tornou conhecido como calvinismo.
Os seguidores iniciados por Zwinglio e estruturado por Calvino se espalharam por toda a Europa. Na França eles eram chamados de huguenotes; na Inglaterra, puritanos; na Suíça e Países Baixos, reformados; na Escócia, presbiterianos.
O presbiterianismo foi levado da Escócia para a Inglaterra; de lá, para os Estados Unidos da America.
Em 1726 teve inicío um despertamente espiritual nos Estados Unidos. Este despertamente levou os presbiterianos a se interessarem por missões estrangeiras. Missionários foram enviados para vários países, inclusive para o Brasil.
No dia 12 de agosto de 1859 chegou ao nosso país, o primeiro missionário americano: Ashbel Green Simonton.
Extraído do Curso para catecumenos, Adão Carlos Nascimento, 5° edição- Junho/2003
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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